Quando ouço essas palavras, respiro fundo, acolho meu paciente e vou em busca de compreendê-lo.
Na verdade não controlamos nossas emoções, pois elas são respostas do nosso Sistema Emocional (hipocampo, amigdala e córtex). Elas são comportamentos que o nosso corpo possui e são a forma que com que este reage aos estímulos advindos do meio.
Emoções sem gerenciamento deixam as pessoas em situações difíceis. Nos fazem de bobos! Acredito nisto! O que precisamos é aprender a gerenciá-las. Não penso que a vida é a grande responsável pelo que nos acontece, mas nós mesmos e nossas escolhas. E que estas são influenciadas pela nossa história de vida, nossa biologia (bem resumido).
Temos muitas informações vindas em nossa direção, o tempo todo somos bombardeados.
Fazer escolhas assertivas está cada vez mais difícil, por isso precisamos aprender a gerenciar nossas emoções e saber que elas são sinais importantes. Toda emoção tem uma razão para existir, mas que elas não são fatos.
Saber que podemos agir apesar do que sentimos, e ainda assim não sermos vulneráveis, é essencial, libertador!
Escolher evitar a dor, temê-la, não nos torna preparados. Além de ser impossível, esta opção reforça a crença de que somos vulneráveis. Ao invés disto, espere dores no futuro, acolha sua humanidade. Pensar assim nos prepara melhor para lidar com elas, se chegarem, quando chegarem.
Atenção, isto é bem diferente de prever situações catastróficas e viver preocupado.
A aceitação é um verbo e gosto de separá-lo assim: ACEITA – AÇÃO.
É acolhimento, o tempo todo.
Dou o exemplo do exercício físico, pois gosto muito de correr. Não sou uma maratonista, nem perto disto, mas é na corrida e no exercício que me deparo com a dor física e muitos pensamentos de que devo parar, desistir, que algo ruim pode acontecer, que sou limitada, que não sou nenhuma esportista. Então, preciso acolher a dor, saber suportá-la, olhar para ela e deixá-la ali até o tempo que o exercício dure, e ela passa.
Aí a alegria pela meta alcançada, a linha de chegada, o treino feito, a realidade da conquista solapa todos os pensamentos derrotistas e a emoção muda. A resposta do meu organismo muda, minha saúde física e mental agradece. É preciso permanecer, enfrentar!
Quem já fez o exercício chamado prancha, sabe do que estou falando. Parece que os minutos não passam, se tornam eternos, e a dor vai aumentando essa sensação.
Essa é a função da emoção, nos chamar a atenção (mas não nos conduzir). Vale repetir: emoções não são fatos.
Muitas vezes na vida é assim, mas se soubermos gerenciar nossas emoções e permanecermos, ela vai passar! A definição operacional de resiliência é o quanto você leva do auge da angústia até voltar ao normal, à base.
Gosto do trecho de um material que utilizamos na terapia Cognitiva Comportamental, que diz o seguinte:
“Você pode agir, mesmo que se sinta desconfortável.
O legado do passado não necessariamente tem que controlar o que você faz no presente. Você pode ter prazer em aprender, crescer e desafiar a si mesmo.
Você não tem que ser perfeito para ter valor.”
Gerenciamento emocional é mais do que “simplesmente gerenciar as emoções”, é viver com elas a seu favor.
Quer um conselho? Faça terapia!
Carinho, Alessandra.

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