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Ser muito bom no que você faz pode ser ruim?

alessandrarios6

Atualizado: 21 de jan. de 2021

Ser muito bom no que você faz pode ser ruim?


Como sempre digo aos meus pacientes, pode ser que sim, ou pode ser que não.

Mas quando pode ser que sim?

Quando vem com muita exigência, por exemplo.


“Devo ser a melhor profissional da minha repartição. ”


Não há nada de mal em querer ser um bom profissional ou ser o melhor, o problema reside na forma que nossa mente processa essa informação.

Nosso pensamento condicional tem sempre uma suposição que é baseada em nossas crenças, essas foram adquiridas durante a nossa vida, desde a idade mais precoce, se tornaram as nossas verdades absolutas. Têm sua origem em nossa educação, temperamento, e são inconscientes. Ou seja, não passam pela nossa consciência mas podem atrapalhar demais os nossos objetivos.

“Alice” é essa pessoa, ela quer ser a melhor profissional de sua repartição, mas possui crenças de abandono.


“Se não for a melhor, então serei despedida. ”

“Alice”, possui crenças de abandono, e busca de forma rígida e com padrões elevados, aprovação e reconhecimento, como forma de aplacar sua angústia. Em sua infância teve pais exigentes e muito condicionais, assim deste modo importantes aspectos de si mesma deveriam ser negados para obter aprovação e reconhecimento. Mas, como toda criança que precisa do afeto dos pais, desenvolve então algumas defesas rumo a satisfazer as suas necessidades básicas de: aprovação, reconhecimento, empatia, entre outras. Portanto, Alice forma um estilo hipercontrolador, desenvolve estratégias como perfeccionismo, regras rígidas de como as coisas “deveriam” ser em muitas áreas de sua vida. (Como nos ensina Young, 2008)

Ela se empenha e realmente deseja ser a melhor, mas como toda exigência traz um rótulo: “se não for a melhor, então pode ser despedida/reprovada”, desse modo, todas as vezes que não é reconhecida, ou acontece algum imprevisto, ela sente uma angústia enorme, uma sensação de abandono, de desamor/desvalor, que precisa ser combatida. Essa sensação amplia o que realmente lhe está acontecendo, e Alice age de modo desproporcional, nem sempre seus colegas entendem o porquê dela ficar “estranha”.

Alice ao “perceber” a reação de seus colegas, acredita que algo ruim poderá lhe acontecer e então procura novas maneiras de controle, novas planilhas, baixa aplicativos, e se afasta de seus colegas de trabalho.

Ou seja, estratégias que reforçam suas crenças de que: é sozinha, de que as pessoas não gostam dela, e se mantem no desamor/desvalor, e abandono!!

Alice mais uma vez, utiliza seus recursos, e tenta não se importar com o que sente e pensa: “ se eu fizer um grande esforço, evitarei isso novamente, dessa vez vou me empenhar ainda mais. ”

Todavia, como não somos perfeitos e não controlamos as pessoas a nossa volta e as situações, ela volta a experimentar a mesma sensação, e acaba se convencendo de que não é merecedora, e que mais cedo ou mais tarde algo negativo poderá ocorrer.

“Alice” sofre. E como nossa personagem fictícia muitas pessoas passam por isso.

Se você quer ser a melhor, então melhor mesmo é trocar as suas exigências por preferências e não dar ouvidos a pensamentos rígidos, e sair dessa “Tirania de deveres”.

A expectativa inclui um desejo e claro, existem frustrações, mas elas são bem mais fáceis de lidar do que as angústias provocadas por nossas exigências. Aceitar e não temer as nossas emoções é um bom início para aprendermos com elas.

Expectativas incluem a possibilidade de erros, das falhas, e a melhor parte é que assim podemos ter um plano B, C...e nos aproximamos do contentamento!!!


“Prefiro ser a melhor profissional da minha repartição, mas se isso não acontecer não é o fim do mundo, é só um inconveniente. Posso continuar tentando, isso não me define. ”


Pensar assim não é melhor? Pode fazer com que nos sintamos melhores e portanto, com mais energia para construirmos ações eficazes, de forma mais leve e saudável.

Não ficamos presos a rótulos ou reforçando nossas crenças desadaptadas que ficam nos assombrando e nos levando para longe de nossos objetivos.

Se você se viu no exemplo da nossa personagem Alice, e se sente angustiada, procure ajuda.

Procure um Terapeuta Cognitivo. Acredito que você merece!


Um grande abraço, Alessandra.





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