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Dependência emocional e a falta de amor próprio.

alessandrarios6

 

Hoje ao encerrar os atendimentos me peguei pensativa acerca deste tema.

Percebo que não importa a idade, gênero, não mesmo. A falta que o amor nos faz é enorme e nos maltrata de várias formas.

Uau, como confundimos as emoções sobre os relacionamentos íntimos! Como fomos educados para depender ao invés de amarmos.

Óbvio que me incluo! Percebi isso após algumas dificuldades pessoais, muita terapia, e principalmente com os estudos e com a clínica. Com o dividir de muitas histórias.

Quando me refiro à idade, quero dizer, dos mais jovens aos mais velhos, a dependência está presente e sendo confundida com o amor.

Ouço muito:

“Sem ele eu não vivo, não consigo pensar em perdê-lo. ”

 

“ Ele é bom para mim, mas não me sinto feliz. ”

 

“Não me apego, sou livre e por isso não quero namorar. ”

 

                       “Ficar é bem melhor, eu não quero casar, ter família, não vou perder minha liberdade. ”

 

Muitas vezes estes pensamentos aparecem como um disfarce, mas, denunciam um apego inseguro, irracional, irresistível e “disfarçam” (há muito por trás disto) uma necessidade básica que todos temos, de sermos amados, pertencermos.

Também não é por conta desta necessidade que morreremos sem alguém, afinal muitos de nós já perdemos pessoas e fracassamos em relacionamentos, porém estamos aqui. Eu escrevendo, você lendo, estamos pensando nisto. E ainda bem que não é um fato. Ufa!!

Ainda bem que, apesar de anteciparmos muitos aspectos negativos acerca do futuro, muitos deles nunca aconteceram, não é mesmo?

Ora, ora, vivemos sim sem o outro, temos muitas necessidades, mas não morreremos, por isso não. Isso não é amar, é depender.

Por outro lado, nos sabotamos quando nosso sentimento por alguém não é “forte o suficiente. Muitas vezes nosso termômetro é uma emoção desagradável de sentir, chegamos até confundir com dor, desqualificamos a leveza por atribuirmos como falta de amor, e o amor como a ansiedade. Nem sempre as borboletas no estômago significam amor.

Assim como o amor não traz a angústia da separação, o medo do abandono.

Da mesma forma o apego ao desapego traz a mesma sensação de dor e causa muita “falta de ar”. Por isso, eu entendo não como liberdade, mas uma verdadeira prisão ao abandono, a rejeição, a solidão. Me fiz entender?

Negar essa necessidade, ou deixa-la na mão de outro, não vai resolver esse vazio e essa falta.

Somente o amor próprio pode construir esse caminho.

Não há como amar o outro sem nos tornarmos responsáveis pelas nossas emoções e escolhas, sejam elas as mais corretas ou não, (já aviso os perfeccionistas), sem encaramos as nossas necessidades e gerenciarmos, sem autoconhecimento, autocompaixão, amor próprio.

Preste atenção no que realmente sente e no que deseja do outro ao seu lado. Muitas vezes você pode estar disfarçando uma necessidade que seus pais não conseguiram suprir, e de verdade, não será seu parceiro a preencher isto.

Ele pode até ser um bom companheiro ou companheira, porém existe muito em nós que somente nós podemos preencher, reeditar e gerenciar.

Não há de fato como não amarmos a nós mesmos e amarmos o outro, e isso não é amar, é depender.

Precisa haver equilíbrio, e quando isso não acontece, abre-se espaço para os transtornos mentais. Muitos estão depressivos e ansiosos por conta disto.

Uma das funções do Terapeuta Cognitivo é colocar o paciente para pensar, e se eu consegui chamar sua atenção para o tema, já me dou por satisfeita.

Sinta-se abraçado! (E que saudade de abraçar que eu estou!)

Alessandra.

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