
Todos nós temos a intrínseca necessidade de sermos amados, cuidados.
Principalmente em nossa infância precisamos de um ambiente acolhedor, com aceitação e sentimento de pertencer.
Tudo gira em torno dessa criança, ela está se formando em seu meio, construindo conceitos importantíssimos a cerca de si mesma.
Nesta construção com o meio, seus pais e cuidadores, a criança aprende como deverá ser tratada, e por isso precisa que esse adulto atenda suas solicitações, e seja confortada quando se sentir vulnerável, cuidada quando assustada.
Quando isto não acontece a criança experimenta respostas fisiológicas que serão impressas em sua memória, por sentirem, entenderem que não são gostáveis o suficiente.
Tal falta é sentida como sendo sua responsabilidade por conta de seus erros, e falhas.
A criança compreende que essa falta de cuidado é normal, não desenvolve parâmetros de como deveria ser tratada. Sentem-se inferiores e indignos de receberem carinho e afeto.
Um futuro está sendo construído pautado na compreensão de que os outros mais importantes de sua vida podem ser assim, refreadores, instáveis e rejeitadores.
Algo muito importante está sendo construído aqui, sensações físicas, estão recebendo nomes de forma equivocada. Conceitos, valores sendo distorcidos.
Aqui, bem aqui, a criança distorce o que é o amor e aprende que, ser amada é sentir essa sensação estranha causada pela ausência, como se fosse uma “saudade”.
Uma espécie de “termômetro” é criado, e ela usará esses indicativos como sendo, paixão, amor.
Percebo que adolescentes entendem de modo tão natural que a substituição afetiva faz parte da vida. Não saber com quem, ou com quantos se relacionarão em uma social, é normal. Isso se dá por não receber estabilidade emocional na infância, desenvolvem limites irrealistas, ficam sem parâmetros e intolerantes as frustrações, que muitas vezes por serem tamanhas, se sentem injustiçadas, acabam desenvolvendo uma "sensação" de que o outro pode lhe causar dano, e por isso de modo precipitado, são agressivos como forma de recuperar o “afeto” ou seja, na verdade a privação percebida, sentida.
Outros podem acreditar que não se adequam à sociedade e que não são bons o suficiente. Dessa forma, acreditam que às pessoas a sua volta poderão abandoná-los ou magoá-los, de forma intencional, e desenvolvem um afastamento social. Não desenvolvem um senso de competência, de autonomia, acreditando que precisam dos outros para viver.
Pronto, está armada a relação de dependência e co-dependência.
Por isso, muitos homens e mulheres se sentem agraciados quando são escolhidos. Tornando-se eternamente gratos por um afeto que na verdade é merecido, não percebendo seu valor nas relações. Oferecendo tudo de si, por simplesmente terem sido escolhidos!
Alguns se tornam praticamente uma oferenda por tal gesto de “amor”.
Ou seja, quando adulto esse indivíduo fica condicionado a buscar relações destrutivas e destinadas ao fracasso.
Compreendem como falar sobre “responsabilidade emocional” não é fácil, mas muito necessário em nossos dias. Como podemos perceber temos uma enorme tendência as faltas e o quanto é trabalhoso termos “responsabilidade emocional”
Sério!! Sejamos humildes e vamos correr atrás dos prejuízos, procurando desenvolvermos melhores habilidades de regularmos nossas emoções, melhor educarmos nossos filhos, e crianças a nossa volta.
Se preciso procure ajuda!
Eu me considero uma pessoa “terapeutizada”, como eu brinco, faço 10 horas de terapia praticamente todos os dias.
E ainda há momentos que algumas emoções escapam e me "desconcertam" ou atrapalham alguém, a maioria das vezes aqueles que mais eu amo, e por isso agora eu já resolvi não terceirizar meu bem estar a ninguém, aprendi que, se quero ter alguém que me ame ao meu lado, eu preciso fazer isso por mim primeiro.
Se quero que alguém me respeite não posso mendigar afeto, ou reclamar, reclamar do comportamento do outro e não mudar o meu, por mim mesma!
Eu não tinha toda habilidade que possuo hoje, confesso que já recebi menos afeto do que dei, já chorei por quem não estava nem aí pra valores como os meus.
E tudo bem, porque todos estamos aqui pra nos aproximarmos de Deus, acredito eu, e de nós mesmos.
Isso é muito possível!! Podemos dar uma grande virada e ressignificar nossa vida.
E posso te dizer, não só por competência técnica, mas pessoal, isso é mesmo muito possível!!
Eu não fiquei só remoendo minhas dores, ou vítima de emoções desagradáveis de sentir.
Fui atrás de me cuidar, cuidar do amor da minha vida, e hoje posso dizer, estou muito mais hábil a lidar com meus afetos e relacionamentos.
Mesmo quando amigos me faltaram, e minha família não possuía tudo que eu precisava, mas sempre me ensinaram a viver com dignidade e não perder meus valores.
Tenho não só o grande amor da minha vida que é minha filha ao meu lado, minha família que cresceu, mas tenho o amor que sempre quis ter pra mim.
Um amor que me cuida, me motiva, me inspira, que acredita em mim, me admira, me acha linda! Rsrs
É um amor que sabe que não sou perfeita e me chama de perfeita! Que escolhe olhar mais para o que tenho a oferecer do que eu deixo de oferecer, é alguém que quero fazer o mesmo!
Não nascemos responsáveis emocionalmente, não aprendemos muito disto em casa, mas podemos desenvolver essa habilidade. Vc pode e merece!!
Aliás, comece agora mesmo
Que tal começar por observar o que vc pensa de si mesma?! Bota reparo no que sua mente diz a cerca de vc, e como tem se comportado.
Como alguém digno de ser amado ou enganado?
Bora, desenvolver essa habilidade???
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